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Questionamentos do consumo...


Você percebe o consumo na sua vida? Em que momento comprar se tornou algo ativo na sua vida? Tudo que você compra te faz feliz? Quando eu tinha 15 anos, dividia um computador de mesa com meu irmão, notebook ainda nem existia, tinha um celular sem câmera fotográfica e sem redes sociais, somente para ligar e enviar um SMS. Eu gostava das roupas da modinha da época mas não podia investir em peças de marca, as minhas referências vinham da televisão ou revistas. Em um curto espaço de tempo, eu já trabalhava para comprar as minhas coisas.

Meu primeiro cartão de crédito tinha limite absurdamente alto para uma jovem, me tornei uma consumista sem limites porque não sabia lidar o dinheiro, já perdi a conta de quantas em quantas vezes renegociei o cartão de crédito até o dia que não quis mais ter um. Vivia sem perceber se o que eu consumia era importante pra mim, se aquilo iria me fazer feliz, era o impulso de comprar, e, depois disso, a angustia para pagar até perceber que precisava me adequar a minha realidade financeira.

As novidades tentadoras do consumo estão sempre aí, a sua disposição, e, muitos, assim como eu não sabiam, não sabem lidar positivamente com o consumo. Então, existiu o momento que comecei a entender melhor sobre o consumo consciente, não fazia mais sentido continuar vivendo na adrenalina do consumismo.

Na época, eu era mais ativa nos blogs de moda, há mais ou menos 4 anos, e comecei a refletir se não estava sendo uma incentivadora do consumo desenfreado, se eu queria que as pessoas também passassem por uma relação ruim com o seu cartão de crédito.

Quando realizei o primeiro bazar da Tay, eu tinha um acervo de peças minhas para vender para outras pessoas, peças nunca usadas. Há 4 anos, fazer um evento com a venda de roupas usadas não era exatamente o que as pessoas de Santa Maria queriam, mas mostrei para elas que existe peça boa parada nos guarda-roupas alheios prontos para adquirirem a uma preço super sugestivo.

O second hand é muito comum fora do Brasil. Posso afirmar que foi a partir do Bazar da Tay que comecei meus questionamentos sobre o consumo. Indagar mais sobre o porquê? De onde vem aquilo que você está adquirindo? Você sabe a origem? Você sabe se aquele produto é fruto de trabalho escravo? Está sendo comercializado a um preço justo? Existe algum propósito por de trás aquela marca?

Porque o mundo não aguenta mais esse ritmo. Um ser humano tem tantas peças de roupas, artigos de casa, bens duráveis e imobilizados que muitas vezes nem valoriza o que tem. Porque marcas não tem que prezar somente pelo lucro, esquecerem o que representam na vida de uma pessoa. Moda não está ligado a uma roupa mas sim a um estilo de vida. E você já se questionou sobre o consumo? Comece já.


Texto: Tay Alcantara

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