As notícias chegavam com muita velocidade, a Covid-19 ia se alastrando mundo afora. Mas a China, Itália, Espanha pareciam realidades muito longe do Brasil, o vírus não iria chegar aqui tão cedo, não teria essa proporção, não ficaria tanto tempo.
Às vezes me sinto presa no dia 16 de março de 2020, na manhã daquele dia o Coronavirus era algo próximo, mas ainda não tão real, na tarde do mesmo dia eu vi que as coisas estavam tomando outro rumo que o esperado, e, na noite daquele dia 16, tive que dizer para uma noiva que ela não poderia casar no próximo sábado. Este dia tão intenso nunca vai sair da minha cabeça.
Nestes últimos meses, eu senti saudades de coisas tão simples como um happy hour com amigos, um almoço em família, uma ida ao mercado ou um caminhar despreocupado no fim de tarde.
A pandemia chegou sem pedir licença e mudou com todos os planos, ou, melhor, a partir de agora não tinha mais planos. Eu vivia uma rotina agitada de eventos e trabalho intenso, e de um dia para o outro me vi aprendendo a trabalhar em home office, fazer refeições caseiras, criar uma festa no sofá da sala comigo mesma.
As aglomerações estão suspensa e automaticamente me vi em casa o tempo todo ao invés da vida fora das quatro paredes.
A pandemia me deu um tempo de pausa para avaliar a minha vida, perceber o que é de valor. Estava eu vivendo a vida no modo automático, era acordar, trabalhar, treinar, comer, ter um lazer quando possível e repetir tudo no outro dia. A pandemia nos colocou no modo slow. O movimento “slow” a tempos vinha crescendo, o mundo não aguenta mais o movimento fast.
Primeiro foi o slow food, um movimento cujo o objetivo era apreciação da comida, melhorando as relações entre o produto e produtor, valorizando todo o ciclo da matéria-prima ao cliente final. É a valorização que um prato é muito mais que nutrir o corpo, mas, sim, uma experiência. Inspirada neste movimento, surgiu o slow fashion como uma alternativa socioambiental mais sustentável no mundo da moda, este movimento já presente na minha vida desde 2016 quando iniciei o meu bazar, incentivando e disseminando o consumo consciente de peças de segunda mão, uma das vertentes do slow fashion.
E, agora, o slow influencer ganhou força, mudando o comportamento das pessoas que geram conteúdo nas redes sociais, a pandemia apenas acelerou um processo que já estava ganhando a atenção da população, está na hora de observamos melhor o que consumimos, que valores são significantes, fortalecer o pequeno, valorizar mais o regional.
É perceptível que não precisamos de tantas coisas, ser mais simples é o novo normal.
Você está prestando atenção em como você pode viver dentro do novo normal e ser muito feliz, ao invés de ter troque pelo ser. Dê voz a marcas que tenham propósito, que te representem, que impactem positivamente o planeta.
Aproveite o momento para se reinventar.
Texto: Tay Alcantara
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